Foto: @giuliannemartins
Criado em 2008, o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas marca a história de resistência dos originários desta terra, que hoje somam mais de 305 povos diversos, falantes de 174 línguas indígenas
Vivemos um momento histórico para o movimento indígena no Brasil. A criação do Ministério dos Povos Indígenas sob o comando de uma guerreira do povo Tentehar, Sonia Guajajara e a nomeação inédita de uma indígena para presidir a Funai, a advogada e primeira parlamentar indígena do Brasil, Joenia Wapichana, marcam novos tempos.
Tempos de união, reconstrução e regeneração das florestas, rios, indivíduos e comunidades inteiras submetidas à devastação. Tempos de reconhecer que o Brasil é terra indígena e por isso, políticas de reparação histórica são fundamentais para que este país evolua, conectado à sua história e ao futuro ancestral representado pelos povos-guardiões.
A luta pela terra é a luta pela vida dos povos indígenas. Diante do cenário de imensos desafios, a formação de uma Bancada do Cocar materializa a presença indígena nos espaços de tomada de decisão, fortalecendo a luta dos povos originários do Brasil, em nome de maior visibilidade e representatividade política. É também uma grande oportunidade para toda a sociedade brasileira reconhecer suas raízes, aprender e valorizar os povos indígenas, suas lutas e culturas, seus modos de ser e estar no mundo.
Que o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas sirva para promover as lutas pela demarcação de terras, por justiça aos povos indígenas como os Pataxó, na Bahia, os Munduruku, no Pará, os Yanomami, em Roraima, os Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, dos povos do Vale do Javari, no Amazonas, entre tantos outros que sofrem com a invasão de suas terras e destruição de seus modos de vida, através do assassinato e perseguição de suas lideranças, da contaminação tóxica e mortal de seus rios e florestas, do apagamento de suas identidades e do silenciamento de suas narrativas.
