As miçangas são uma das matérias-primas mais apreciadas e significativas entre os povos indígenas no Brasil. Presentes desde os primeiros contatos da colonização, elas foram usadas com criatividade e ressignificadas em cada território, tornando-se parte essencial da arte, do vestir e dos rituais. Carregam histórias, símbolos e pertencimento, sendo utilizadas em colares, pulseiras, brincos e grafismos que expressam identidade de cada povo
Pulseiras Kamayurá, disponível na Plataforma Tucum
As miçangas têm uma longa trajetória histórica. Surgiram por volta de 2340 a.C. no Oriente, com destaque para o Egito, onde tiveram a primeira produção organizada. Foram usadas pelos romanos como moeda de troca e, mais tarde, se espalharam pela Europa medieval, embora a Igreja Católica tenha restringido seu uso por considerá-las pagãs. Sua retomada veio com o rosário, incluindo às práticas religiosas e levado também ao Novo Mundo.
Joias coral disponível Aqui
Introduzidas em contatos com viajantes e comerciantes ao longo da história, as miçangas foram apropriadas pelos povos indígenas, transformando elementos externos em parte de sua tradição. O uso pelos indígenas mostra a capacidade de adaptação e resistência cultural, criando pulseiras, colares, e brincos com padrões, cores e formas únicas, sempre com significado estético e ritual.
Artesãs Nhakati Kayapó, Kakokngri Kayapó e Pahngroti Atydjare Kayapó
Hoje, as miçangas seguem sendo preciosidades que atravessam gerações. Elas conectam passado e presente, reafirmam a diversidade cultural e permitem que os saberes indígenas ganhem visibilidade e reconhecimento. Cada peça é uma ponte entre mundos, mostrando a força, a criatividade e a riqueza das culturas originárias do Brasil.