Em 2012, as bonecas Ritxoko, feitas pelas mulheres Karajá, ganharam o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN. Esse reconhecimento vai muito além da beleza artística das peças, ele celebra também a memória, a identidade e a força cultural desse povo.
Desde então, as Ritxoko conquistaram ainda mais espaço dentro e fora do país, atraindo o olhar de colecionadores, museus e universidades. E o melhor: essa visibilidade também fortaleceu a renda das comunidades, garantindo que tradição, arte e futuro sigam de mãos dadas.
A tradição das bonecas Ritxoko é passada de geração em geração entre as mulheres Karajá, que dominam cada etapa do processo: da coleta do barro à modelagem das figuras. Essas peças, que muitas vezes retratam mulheres, homens, crianças, animais e personagens mitológicos, são elaboradas com extremo cuidado e revelam a profunda conexão das ceramistas com suas histórias e tradições. Cada detalhe carrega aspectos da vida cotidiana do povo Iny, como festas, rituais e caçadas.
Produzidas exclusivamente pelas mulheres Karajá, as Ritxoko são moldadas em cerâmica a partir de materiais naturais como argila, carvão, urucum e jenipapo, que dão forma e cor às peças. Mais do que objetos artísticos, carregam profundo valor cultural, espiritual e educativo, tornando-se símbolos da criatividade e da resistência de um povo.
Essas bonecas também cumprem uma função essencial na socialização: são usadas para ensinar às crianças sobre relações familiares, papéis sociais e tradições da comunidade. Dessa forma, mantêm viva a memória coletiva e fortalecem a transmissão dos saberes ancestrais, reafirmando seu lugar como uma das expressões culturais mais importantes do povo Karajá.
A produção das bonecas também representa significativa fonte de renda para as mulheres ceramistas Iny. Na plataforma Tucum e na Casa Tucum você encontra uma curadoria diversificada da arte Karajá, confira!