A COP30, Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, será realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém, Pará. A conferência global reúne lideranças políticas, cientistas, representantes da sociedade civil, povos indígenas, investidores e setor privado para rever compromissos e definir medidas efetivas de enfrentamento climático. No site oficial, a agenda já anuncia os Dias Temáticos, que alinham debates em jornadas sobre energia, transporte, florestas, biodiversidade, agricultura, cidades, economia circular, justiça climática e participação dos povos tradicionais.
Foto: Jorge silva | Reuters
Pela primeira vez acontece uma Cop no Brasil, e sendo na Amazônia, a conferência tem peso simbólico e estratégico: pela primeira vez o mundo discutirá o clima no território que mais sofre os ataques do desmatamento queimadas, avanço do agronegócio e garimpo, que devastam e colocam em risco o equilíbrio que sustenta não apenas a região, mas toda a vida no planeta. Belém será mais que capital anfitriã será o palco de um convite: olhar para a floresta, suas comunidades e seus saberes como parte da solução, e não apenas objeto de debate, pois é também na amazônia que resistem os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, que há séculos com seus conhecimentos tradicionais fazem a conservação da floresta.
Tucum na COP30
Em Belém, a Tucum integra a Casa Niaré, espaço idealizado em parceria com mazô Maná, Urucuna e Da tribo, empresas que atuam dentro dos territórios e com populações tradicionais.Na CASA NIARÉ vai acontecer a Jornada de Empreendedorismo da Floresta com foco no fortalecimento das capacidades empreendedoras de mulheres e jovens lideranças, com mentorias e conexões com investidores e outros negócios de impacto.
A Casa Niaré inaugura no dia 10 de outubro, um legado da Cop30 que continuará em funcionamento após o evento e estará aberta ao público com produtos da Sociobioeconomia, exposições de arte, eventos culturais e agendas focadas em discutir o protagonismo indígena no empreendedorismo da floresta em pé. “empreendedorismo da floresta” já existe: ele é ancestral, ele pulsa.
Povos indígena como protagonistas da COP30
Dentro da programação da COP, os povos indígenas terão presença ampliada. A presidência do evento anunciou que as comunidades originárias estarão presentes nos espaços de negociação e nos debates públicos, promovendo representatividade e visibilidade para os territórios. Também será organizada uma “Aldeia COP” para acolher povos indígenas de várias regiões, fomentando trocas culturais, vida coletiva, resistência e articulação política.
Foto: Agência Pará
Durante a conferência, é fundamental que o mundo compreenda o que significa justiça climática. Não basta discutir metas de carbono: é necessário garantir que quem menos contribuiu com a crise climática não seja quem mais sofre seus efeitos, especialmente os povos indígenas, que historicamente conservam as florestas mas veem seus territórios ameaçados.
Foto: Greenpeace
A COP30 pode ser palco de reencontro entre o discurso global e a realidade dos territórios. Se a floresta tivesse voz, ela diria: “Olhem para nós. Ouçam os povos que habitam esse chão. Não somos cenário, somos protagonistas.” Amplificando essas narrativas e abrindo espaços para que essas narrativas ecoem. A Tucum junto a Casa Niaré estará de portas abertas
Esta edição da COP30 será crucial para o futuro da humanidade e o mundo precisará decidir entre discursos vazios ou compromisso real. Sem povos indígenas não tem clima.
Foto: Mré Gavião | Ascom MPI