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RETROSPECTIVA INDÍGENA 2020
RETROSPECTIVA INDÍGENA 2020

RETROSPECTIVA INDÍGENA 2020

A pandemia causada pelo Coronavírus impôs sérios desafios à humanidade e mais especialmente, aos povos indígenas. Mas se por um lado, estes povos enfrentam ataques a seus corpos, culturas e territórios, por outro nos ensinam que resistência se faz com representatividade, arte, tecnologia, comunicação e ativismo. Nesta retrospectiva, destacamos alguns acontecimentos e conquistas importantes deste ano no contexto indígena.

COVID-19 e os povos indígenas no Brasil
Já são 43.305 casos confirmados de covid-19, atingindo mais de 160 povos indígenas. A morte de importantes lideranças e parentes, a invasão de seus territórios, a omissão de dados, a inação estatal em prol dos direitos indígenas, entre outros aspectos mostram as diferentes violências às quais as populações originárias estão submetidas. Saiba mais sobre os efeitos da pandemia nas populações indígenas acessando a Plataforma de Monitoramento da pandemia no contexto indígena do ISA e o movimento “Emergência indígena”, criada pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e outras entidades parceiras.

#ForaGarimpoForaCovid
O garimpo, que opera dentro das terras indígenas mesmo sendo uma atividade ilegal no Brasil, agora oferece um novo risco: a contaminação pela covid-19 através garimpeiros que circulam livremente pela terra indígena. Lançada em junho, em meio à pandemia, a campanha #ForaGarimpoForaCovid exige a desintrusão de mais de 20.000 garimpeiros da Terra Indígena Yanomami.

Ataques às ONGS
Mais uma tentativa de criminalizar a ação de organizações civis que lutam pela defesa da floresta e seus guardiões foi revelada através de documentos oficiais do Conselho Nacional da Amazônia. Em nome de supostos “interesses nacionais”, o documento defende um marco regulatório com objetivo de controlar as ONGs que atuam em território amazônico. Uma Carta de Protesto foi elaborada por mais de 100 organizações da sociedade civil, em oposição à proposta do Governo.

Eleições e representatividade indígena
Com um número recorde de candidaturas indígenas na História, 236 parentes foram eleitos representando 71 povos indígenas no primeiro turno das eleições municipais de 2020. A conquista significou um grande marco para o movimento indígena que tem na representatividade uma de suas maiores frentes de mobilização. Eleito com maioria absoluta para prefeito de Pesqueira (PE), o Cacique Marcos Xucuru é alvo de uma ação judicial e aguarda a decisão do TSE, revogando a impugnação de sua candidatura e posse.

Marco Temporal NÃO!
Entre os desafios jurídicos enfrentados pelos povos indígenas no Brasil, um dos maiores impasses é o chamado Marco Temporal. O argumento se apoia na tese de que o direito à terra estaria condicionado à ocupação dos povos indígenas na época da promulgação da Constituição Federal de 1988. Ou seja, povos que não possam comprovar sua presença em reservas indígenas até 1988 não teriam direito sobre elas. A manobra jurídica defendida por ruralistas e setores ligados ao agronegócio teve seu julgamento suspenso, ainda sem nova data definida. Saiba mais.

Descolonizando
Na luta contra a invisibilidade e a favor da naturalização dos corpos indígenas na moda, nomes como a modelo-revelação Emilly Nunes, a rapper Katu Mirim e a stylist Dayana Molina mostraram como a diversidade pode, deve e precisa ocupar os espaços criativos. O povo Aruãn habitou a região da Ilha de Marajó (PA) antes de ser dizimado pela colonização europeia. É deste povo que vêm as raízes da família de Emilly, uma das maiores apostas brasileiras no mercado da moda. Pouco tempo depois dos primeiros contatos com um agente de modelos, a paraense estava na capa da Vogue, com direito a repeteco na edição brasileira e portuguesa da revista. Katú é rapper, cantora, atriz e ativista indígena. A artista, que foi capa de outubro da Elle Brasil, nasceu na periferia de São Paulo e depois de muitos anos de apagamento identitário, resgatou sua história com os Boe-Bororo (MT). De lá pra cá, milita pela representatividade e pela reafirmação de sua identidade indígena-LGBTQIA+ em suas composições, performances e shows. Sob o lema da hashtag #DescolonizeAModa, a estilista e criativa Dayana Molina tem sido uma voz contundente sobre a importância de descolonizar a indústria criativa, conectando profissionais indígenas a polos de produção de moda. De família originária do povo fulni-Ô (PE), Dayana foi a responsável pela conceituação e produção do ensaio Pindorama- Terra das Palmeiras, parte do lançamento da Plataforma Tucum de Artes Indígenas.

Emilly Nunes na edição da Vogue
Katú Mirim, capa da edição da Elle Brasil.

Arte indígena no museu

Sob a curadoria da artista Naine Terena, produções autorais de mais de vinte coletivos e artistas indígenas ganharam as galerias da Pinacoteca de SP na exposição VÉXOA: Nós sabemos. A exposição é uma forma de apresentar parte do repertório contemporâneo produzido por artistas indígenas no Brasil, dando visibilidade aos diferentes lugares de fala de cada criador. As obras utilizam suportes variados compondo um grande mosaico que parte de esculturas, telas, fotografias até instalações audiovisuais e sonoras.

Foto: Levi Fanan

Lançamento Plataforma Tucum das Artes Indígenas

Com muito orgulho e alegria, a Tucum inaugurou a primeira plataforma de marketplace dedicada às artes indígenas do Brasil, conectando o público com centenas de artesãs empreendedoras da floresta em pé. O editorial de lançamento, idealizado e realizado inteiramente por profissionais indígenas foi um marco e dá o tom desta nova fase da Tucum: maior empoderamento, protagonismo e visibilidade indígena. Clique aqui para conhecer os produtos de diferentes povos originários diretamente através de suas próprias lojas virtuais.

Essa é uma breve retrospectiva, esperamos que 2021 nos traga mais alegrias e menos angústia! Nos vemos no Fronte!

Novos desafios indígenas na pandemia
Mulheres indígenas: resistência e protagonismo

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