Evento em Brasília reúne 5 mil mulheres indígenas que pedem proteção
IV Marcha das Mulheres Indígenas reúne 5 mil indígenas em Brasília - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência
A matriarca Pangroti Kayapó, de 60 anos, e sua neta Nhaikapep, de 22, viajaram mais de 32 horas de ônibus de São Félix do Xingu até Brasília para participar da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. Para elas, o evento representa um espaço de denúncia e resistência frente aos impactos do garimpo ilegal em suas comunidades, especialmente nas águas contaminadas dos rios Fresco, Iriri e Xingu. Comovida, Pangroti pediu proteção para a natureza, o ambiente e a cultura de seu povo, enquanto sua neta destacou a importância de levar essas vozes ao conhecimento nacional.
O evento reúne cerca de cinco mil mulheres indígenas de todos os biomas brasileiros, em meio à presença de cinco ministras de Estado que reafirmaram o compromisso com políticas públicas voltadas à proteção das mulheres indígenas. A ministra Sônia Guajajara denunciou os retrocessos enfrentados diariamente, como o racismo, a violência e os ataques aos territórios, e defendeu a criação de um grupo interministerial para desenvolver estratégias de proteção. Já a presidente da Funai, Joênia Wapichana, cobrou mais orçamento e prioridade no enfrentamento à violência.
A ministra Marina Silva reforçou que, embora tenham sido as que menos destruíram o meio ambiente, as mulheres indígenas estão entre as mais prejudicadas. Ela defendeu políticas públicas que garantam o modo de vida tradicional e criticou líderes que não apoiam ações ambientais. Entre as participantes estava Soraya Kaingang, que lamentou o uso intensivo de agrotóxicos em seu território, o que tem afetado diretamente a saúde das crianças indígenas, realidade bem diferente da que viveu em sua infância. Fonte: Agência Brasil
Presidente Lula homologa três terras indígenas do Ceará; total de territórios regularizados chega a 16 na atual gestão

Foto: Mayra Wapichana/Funai
O presidente Lula homologou três novas Terras Indígenas no Ceará, Pitaguary, Lagoa da Encantada e Tremembé de Queimadas, reconhecendo oficialmente o direito de ocupação tradicional dos povos indígenas. A ação representa um avanço no compromisso do Governo Federal com os direitos originários e já totaliza 16 territórios homologados nesta gestão. Durante a cerimônia, Lula reforçou que a conquista vai além do reconhecimento legal: é necessário garantir condições reais para que os povos indígenas possam viver e gerir seus territórios de forma autônoma.
As homologações foram celebradas por lideranças como a cacica Maria da Conceição, do povo Jenipapo-Kanindé, que destacou a vitória como fruto de décadas de luta. A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, também enalteceu o marco histórico e a importância do fortalecimento institucional para garantir a continuidade dos processos de demarcação. As três terras homologadas fazem parte de um Acordo de Cooperação Técnica entre Funai e governo do Ceará, que possibilitou a demarcação física e o levantamento das ocupações não indígenas.
Desde 2023, a atual gestão retomou os procedimentos de demarcação que estavam paralisados, com homologações e declarações de posse em diversos estados do país. Atualmente, a Funai conduz mais de 150 estudos técnicos e atua em cerca de 500 reivindicações territoriais. O processo de demarcação segue um rigoroso procedimento técnico e jurídico, com múltiplas etapas até a regularização definitiva das terras em nome da União para usufruto exclusivo dos povos indígenas. Fonte: Funai
Rio de Janeiro celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas com três dias de cinema dedicado ao audiovisual indígena

Foto: Divulgação
Entre os dias 07 e 09 de agosto de 2025, o Museu Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), no Rio de Janeiro, será palco do Festival Cine Pindorama – Cinema Indígena Itinerante. Em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08), o evento gratuito e acessível exibirá 11 filmes, entre curtas, médias e longas , dirigidos por cineastas indígenas ou que tratam de temas ligados às culturas originárias, como ancestralidade, rituais, direitos e identidade. Além das sessões em um grande telão de LED, o público poderá participar de rodas de conversa com lideranças e especialistas indígenas, promovendo troca de saberes e valorização das narrativas dos povos originários.
Com produção da Flores & Filmes Tribais e do Coletivo Indivisual, sob coordenação de Régis Kamaiurá (AM), e mediação da artista indígena Ana Maria Kariri (PB), o festival também visa circular por outras regiões do estado e do país, como iniciativa contínua de fomento ao cinema indígena. A curadoria tem apoio do acervo do Vídeo nas Aldeias (PE), e conta com o respaldo de políticas culturais do Governo Federal e do Estado do Rio de Janeiro, via Política Nacional Aldir Blanc. A proposta central é democratizar o acesso à cultura indígena, fortalecer o protagonismo indígena nas telas e abrir espaço para uma escuta mais atenta e comprometida com a diversidade que constrói o Brasil. Fonte: Diário do Rio
SERVIÇO
Festival Cine Pindorama – Cinema Indígena Itinerante
- Museu Nacional dos Povos Indígenas (Antigo Museu do Índio) – FUNAI – Rua das Palmeiras, 55 – Botafogo, Rio de Janeiro
- 07, 08 e 09 de agosto de 2025
- A partir das 14h30 / 17H Rodas de Conversa
- Entrada gratuita
- Evento acessível – com Libras e acessibilidade
- @coletivoindivisual (Instagram)
Amazonas terão proteção reforçada por MPF e MP

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Amazonas (MPAM) uniram forças para fortalecer a proteção de crianças e adolescentes indígenas, especialmente em territórios tradicionais e regiões socialmente vulneráveis. Em reunião realizada em Manaus, representantes dos dois órgãos planejaram a criação de fluxos de atendimento e manuais específicos para orientar profissionais com foco nas particularidades culturais desses povos. Também estão previstas capacitações com lideranças indígenas, conselhos tutelares e órgãos públicos. A promotora Romina Carvalho ressaltou que a parceria é essencial para garantir uma atuação sensível e eficaz diante das realidades vividas por essas comunidades no interior do estado. Fonte: Em Tempo
“Duolingo indígena” quer revitalizar idiomas nativos com IA

Cerca de 50 pessoas participaram de evento de formação pedagógica para professores indígenas do povo bororo em 2024, conectado ao desenvolvimento do aplicativo BILingo. Foto: Simonna Demarchi/Seduc-MT
Pesquisadores brasileiros e alemães estão desenvolvendo o BILingo, um aplicativo semelhante ao Duolingo, voltado exclusivamente à revitalização de línguas indígenas ameaçadas de extinção. A ferramenta, sem fins comerciais, está sendo testada em comunidades bororo e makurapi, com participação ativa de indígenas e uso de inteligência artificial para facilitar o aprendizado por meio de jogos, frases curtas e exercícios interativos. A proposta é oferecer uma experiência educativa adaptada às culturas originárias, criando um acervo de palavras, sons e expressões que foram sendo perdidos com o tempo, muitos deles recuperados de gravações, livros e saberes orais dos anciãos.
Além de reunir dados linguísticos, o projeto envolve capacitação de professores indígenas, criação de conteúdo didático, versões offline e um esforço para garantir que todo o processo seja conduzido com ética, respeito e protagonismo indígena. A iniciativa responde a uma urgência: cerca de 190 línguas indígenas brasileiras estão em risco de desaparecer. Ao empregar IA e fomentar a autonomia das comunidades no ensino de suas línguas, o projeto busca preservar identidades culturais e combater os efeitos de séculos de colonização e políticas de assimilação. Fonte: DW Brasil