Encontro Nacional de Comunicação Indígena reúne 100 comunicadores em Belém entre 28 e 31/08 em preparação para a COP30
Foto: Webert da Cruz Elias/Redário/ISA
O I Encontro Nacional de Comunicação Indígena (ENCI) acontece de 28 a 31 de agosto, em Belém, reunindo cerca de 100 comunicadores indígenas de todos os biomas do Brasil. Promovido pela Mídia Indígena em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, o evento tem como objetivo preparar estratégias de comunicação antes, durante e depois da COP30, que será realizada em novembro na capital paraense. A programação inclui painéis, oficinas, cinema indígena e debates sobre clima, cultura e o papel da comunicação indígena como território de luta e resistência.
Sediado na Casa Maraká, novo espaço de mobilização cultural que tem a cantora Anitta como madrinha, o encontro busca consolidar uma rede nacional de comunicadores indígenas. Nomes de destaque como Sonia Guajajara, Célia Xakriabá, Sineia Wapichana e Kleber Karipuna participam das discussões, junto a jornalistas, cineastas e pesquisadores. A proposta é fortalecer a visibilidade das lutas e conquistas dos povos originários e articular campanhas capazes de dialogar com a sociedade em escala nacional e internacional.
Um dos pontos centrais será a construção de um plano de cobertura colaborativa da COP30, com definição de estratégias de produção, logística e linguagem para garantir protagonismo indígena no debate climático global. Além disso, o encontro marca os 10 anos da Mídia Indígena e aponta para a criação da Rede Nacional de Comunicação Indígena, unindo jovens comunicadores e lideranças tradicionais em torno de narrativas próprias e de fortalecimento da incidência política e cultural dos povos indígenas. Fonte: APIB
Ministra Sonia Guajajara assume presidência brasileira do Mecanismo Amazônico dos Povos Indígenas
Na 5ª Cúpula de Presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Bogotá, foi lançado o Mecanismo Amazônico dos Povos Indígenas (MAPI), considerado um marco histórico para garantir a participação indígena nas decisões sobre a Amazônia. O Brasil assumiu a presidência do primeiro ano do mecanismo ao lado da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Fruto de debates iniciados na Cúpula de Belém em 2023, o MAPI consolida a presença dos povos originários nos processos de governança da região, reforçando seu protagonismo na defesa do bioma e no enfrentamento das mudanças climáticas.
O formato inédito de governança prevê participação paritária entre países e organizações indígenas, com presidência rotativa e atribuições como organizar o Fórum dos Povos Indígenas e Comunidades Locais e Tradicionais. Para a ministra Sonia Guajajara, o MAPI representa um avanço estrutural dentro da OTCA, fortalecendo a luta contra o negacionismo, a violência histórica e a invisibilidade dos povos originários, ao mesmo tempo em que amplia sua presença em fóruns globais, como as COPs do Clima e da Biodiversidade. Fonte: MPI
Justiça obriga Funai a concluir demarcação de terra indígena em Rondônia
Foto: Mauro Pimentel/AFP
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) confirmou a decisão que obriga a Funai a concluir a demarcação da Terra Indígena Guarasugwe Riozinha, em Pimenteiras do Oeste (RO). A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou a demora injustificada no processo, que já se arrasta há mais de dez anos, enquanto o território segue ocupado por terceiros. A Justiça já havia determinado a criação de um grupo de trabalho, um cronograma de ações e a entrega do relatório em até 365 dias, mas a Funai não cumpriu as ordens e recorreu para suspender o processo.
O pedido da Funai se baseava em um possível conflito entre as etnias Sabanê e Cinta Larga, o que levou à suspensão temporária de 90 dias. No entanto, o MPF demonstrou que a terra reivindicada pelos Guarasugwe não tem relação com essas etnias nem sobreposição com outros territórios indígenas. Com isso, o TRF1 determinou que, encerrado o prazo de suspensão, a Funai deverá cumprir as medidas judiciais e concluir o processo demarcatório. Fonte: Alma Preta
Ibama destrói 100 escavadeiras, 312 motores e 428 acampamentos do garimpo na terra indígena Sararé, no MT
Sede por ouro do garimpo ilegal deixa um rastro de destruição na floresta - Julliane PereiraAscom/Ibama
O Ibama destruiu 100 escavadeiras, 312 motores e 428 acampamentos usados no garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, durante a Operação Xapiri-Sararé. A ação, iniciada em 1º de agosto, contou com apoio de diversos órgãos federais e estaduais e resultou ainda na inutilização de caminhões, caminhonetes, motocicletas, depósitos clandestinos e quase 13 quilos de mercúrio. A medida visa desestruturar a logística da extração ilegal de ouro na região.
Segundo o Ibama, a operação cumpre determinação judicial e seguirá por tempo indeterminado. Desde 2023, cerca de 400 escavadeiras já foram inutilizadas na TI Sararé, que abriga o povo Nambikwara e é hoje a área com maior número de alertas de garimpo ilegal no país. Apenas em 2025 foram 1.814 registros, que já provocaram a destruição de 743 hectares de vegetação e a contaminação dos rios com mercúrio e óleo.
O avanço do garimpo na Amazônia acompanha uma tendência nacional. Entre 2015 e 2024, 58% de toda a área minerada do Brasil foi aberta, sendo dois terços na região amazônica. Nesse período, o garimpo ilegal em terras indígenas cresceu 361%, atingindo 241 mil hectares. O fenômeno foi impulsionado por mudanças legais, valorização do ouro e busca por minerais estratégicos, resultando em maior desmatamento, poluição dos rios e conflitos que afetam povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Confira a programação de eventos na Casa Tucum
Sexta, 29/08 – CÍRCULO: ÁGUA, PAZ E FELICIDADE
Nesta vivência, o chamado é individual e profundo: um encontro sensorial que nos convida a tecer pontes entre razão e emoção, e a sentir a força do círculo que beneficia todos os seres do planeta. Para participar preencha o forms clicando Aqui