Violência contra o povo Pataxó na Terra Indígena Comexatibá
Fazendas localizadas em área da aldeia Kaí, na Terra Indígena Comexatibá, foram retomadas pelos Pataxó no dia 3 de agosto de 2025. Foto: povo Pataxó
Cerca de 40 pistoleiros armados atacaram uma retomada na Terra Indígena Comexatibá, em Prado, no extremo sul da Bahia. Duas lideranças Pataxó foram baleadas e estão hospitalizadas. A Força Nacional chegou logo após o ataque, mas os agressores fugiram pela praia.
A retomada havia sido realizada pelos indígenas após fazendeiros especuladores fecharem os acessos à praia dentro da terra indígena, que está em processo de demarcação desde 2005. A demora na conclusão das demarcações tem favorecido a escalada da violência e a pressão do agronegócio sobre os territórios tradicionais.
O histórico de ataques na região é marcado pela brutalidade: na mesma terra indígena, o adolescente Gustavo Pataxó, de apenas 14 anos, foi assassinado. A área também abriga o movimento fascista “Invasão Zero”, que incentiva a ocupação ilegal de terras indígenas.
Diante desse cenário, é urgente denunciar e ampliar a mobilização pela garantia dos direitos e da segurança dos povos originários
Policiais usam bombas de gás vencidas, jagunços enterram cachorros vivos e violência segue nas retomadas de Caarapó
Indígenas feridos, intoxicados por gás e espancados aguardam socorro em área retomada na TI Guyraroka. Foto: Comissão de Direitos Humanos
Na Terra Indígena Guyraroká, em Caarapó (MS), os Guarani e Kaiowá enfrentam ataques violentos e coordenados envolvendo jagunços e forças policiais estaduais. Durante a retomada da Fazenda Ipuitã, os agressores destruíram acampamentos, enterraram mantimentos e até cães vivos, além de utilizarem bombas de gás vencidas, que podem causar sérios riscos à saúde. Os indígenas denunciam despejos ilegais, realizados sem mandado judicial, e relatam feridos, incluindo uma mulher grávida e um homem atingido por balas de borracha a queima-roupa.
A escalada da violência vem sendo acompanhada por organizações de direitos humanos e denunciada em instâncias internacionais. Representantes do Cimi e lideranças indígenas levaram a situação à ONU, onde o relator especial sobre os Direitos dos Povos Indígenas demonstrou preocupação. Além disso, a comunidade encaminhou um apelo urgente à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), pedindo medidas imediatas para acelerar a demarcação da TI Guyraroká, vista como única solução definitiva para o conflito e para a sobrevivência física e cultural da comunidade.
Os Guarani e Kaiowá alertam que a violência não se limita aos ataques físicos, mas também se expressa em campanhas racistas locais que incentivam a população a assistir às agressões como espetáculo. A comunidade denuncia a omissão e até a cumplicidade do Estado brasileiro, destacando que a ausência da Funai e a ação policial reforçam a vulnerabilidade dos indígenas. Cercados pelo agronegócio, expostos a agrotóxicos e vivendo sob insegurança alimentar, reafirmam que a demarcação de suas terras é urgente para garantir sua dignidade e futuro. Fonte: CIMI
Tucum na BioExpo Fórum Varanda da Amazônia
Nos dias 07 e 08 de outubro, Belém recebe a BioExpo Fórum Varanda da Amazônia, no Teatro Maria Sylvia Nunes (Estação das Docas). O evento acontece das 9h às 20h e reúne iniciativas que valorizam o empreendedorismo, os saberes e a produção local, fortalecendo a economia criativa da região.
A programação inclui painéis, debates e exposições voltadas à bioeconomia e ao desenvolvimento sustentável. A participação é gratuita e as inscrições, assim como a programação completa, estão disponíveis em www.varandadaamazonia.com.br
Mulheres indígenas constroem agroindústria de açaí em pó no Amazonas
A comunidade Ticuna, em Belém do Solimões (AM), está prestes a concluir a agroindústria da Associação das Mulheres Indígenas Ticuna (Mapana), que será dedicada à produção de açaí em pó. A iniciativa, apoiada pelo Governo Federal, vai beneficiar cerca de 200 mulheres, ampliando a autonomia e as oportunidades socioeconômicas locais. Entre as ações previstas estão a implantação de tecnologia de purificação de água potável e capacitação para o uso dos maquinários, garantindo a sustentabilidade da produção.
Atualmente, as integrantes da associação Mapana cultivam alimentos tradicionais como açaí, taperebá, mandioca, camu camu, banana e cará, fornecidos à merenda escolar das escolas de Tabatinga (AM) (Divulgação)
O projeto surgiu dentro da Estratégia Nacional de Bioeconomia e Desenvolvimento Regional Sustentável e conta com a articulação do MIDR, MCTI e apoio do Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões (Pactas). As mulheres da Mapana já desenvolvem atividades de cultivo e fornecimento de alimentos tradicionais, como açaí, mandioca e banana, abastecendo inclusive a merenda escolar de Tabatinga (AM). A agroindústria representa um passo importante para agregar valor à produção e ampliar mercados.
Além do apoio governamental, o Banco de Desenvolvimento FONPLATA deve investir cerca de R$ 100 mil no projeto, reforçando a dimensão estratégica da iniciativa por sua liderança feminina e impacto comunitário. A expectativa é que a ação fortaleça a bioeconomia na região, garanta segurança hídrica e promova inclusão produtiva, tornando-se referência de desenvolvimento sustentável para povos indígenas da Amazônia. Fonte: A crítica
Outubro com descontos especiais na Tucum Brasil
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Demarcação de terras indígenas melhora a saúde das comunidades, diz estudo
Foto: Poder360
Um estudo publicado na revista Nature mostrou que Terras Indígenas (TIs), principalmente as legalmente reconhecidas, reduzem significativamente os impactos das queimadas e a disseminação de doenças tropicais em cidades até 500 km de distância. Pesquisadoras brasileiras analisaram dados de 2000 a 2019 na Amazônia e na Mata Atlântica, constatando que a proteção legal das TIs melhora a qualidade do ar, diminui casos de doenças respiratórias e cardiovasculares e limita a propagação de infecções como malária e leishmaniose.
Segundo as cientistas, a integridade da floresta em territórios indígenas funciona como barreira natural contra poluição e agentes infecciosos, beneficiando não apenas os povos que nela vivem, mas também as populações vizinhas. O estudo reforça que proteger TIs vai além do reconhecimento de direitos ancestrais: trata-se também de uma estratégia de saúde pública e ambiental essencial para toda a região. Fonte: Diario Digital
Povos indígenas do sul e de Mato Grosso do Sul pedem ao STF que conclua julgamento decisivo sobre marco temporal e demarcações
Delegação dos povos Kaingang, Xokleng, Guarani e Kaiowá realiza semana de mobilização em defesa de direitos constitucionais indígenas em Brasília (DF). Foto: Hellen Loures/Cimi
Lideranças Kaingang, Xokleng, Guarani e Kaiowá estiveram em Brasília nesta semana para exigir que o Supremo Tribunal Federal (STF) conclua o julgamento do Tema 1031, que trata dos direitos constitucionais indígenas, e declare a inconstitucionalidade da Lei 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal. Em documentos entregues aos ministros e ao presidente da Corte, Edson Fachin, as lideranças denunciaram violações constantes de direitos e questionaram a contradição entre a decisão do STF, que já declarou a tese do marco temporal inconstitucional, e a vigência da lei, que tem paralisado demarcações e aumentado a vulnerabilidade das comunidades.
O recurso em julgamento envolve a TI Ibirama La-Klãnô, do povo Xokleng, mas sua repercussão geral afeta todos os casos de demarcação no país. Apesar da decisão de mérito de 2023 favorável aos povos indígenas, a aprovação da Lei 14.701/2023 reintroduziu restrições já afastadas pelo STF, criando insegurança jurídica. Diante desse impasse, as lideranças pedem que o processo seja pautado com urgência e que a lei seja declarada inconstitucional, ressaltando que a demora agrava conflitos, como os recentes ataques contra os Guarani e Kaiowá em Caarapó (MS). Fonte: CIMI