Pular para o conteúdo
Menu
Observatório Tucum
Observatório Tucum

Foto:@scarlettrocha

Observatório Tucum

Indígenas denunciam violência, reivindicam novas demarcações e repudiam marco temporal ao fim do ATL 2025

Câmara de Conciliação representa o maior ataque institucional desde a  Constituição”, afirmam indígenas em carta final do ATL | Cimi

 Foto: Édina Barbosa Farias | @edinamigfekanhag

A 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), realizada entre os dias 7 e 11 de abril em Brasília, reuniu cerca de 8 mil indígenas de 150 povos para denunciar retrocessos nos direitos indígenas e cobrar ações concretas dos Três Poderes. O evento marcou os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e teve como foco a defesa dos territórios, o fim do marco temporal e a revogação da lei 14.701/2023. A carta final do ATL reforça que não há transição climática possível sem demarcação de terras, e anunciou a criação de uma Comissão Internacional Indígena para garantir protagonismo na COP30. As plenárias e marchas também expressaram a resistência frente à criminalização das lutas e aos grandes empreendimentos que ameaçam os biomas brasileiros.

A repressão policial durante a marcha “A resposta somos nós” escancarou a violência institucional enfrentada pelos povos originários. Bombas de efeito moral foram lançadas contra manifestantes, incluindo crianças, mulheres e anciãos, enquanto lideranças eram impedidas de acessar o Congresso Nacional. As denúncias apontam um ato deliberado da força policial, que reflete a hostilidade do Legislativo frente às pautas indígenas. Apesar disso, o ATL reafirmou sua força como espaço de articulação e denúncia, com presença internacional e crescente apoio da sociedade civil, mostrando que a luta indígena segue viva, organizada e cada vez mais visível. Fonte: Brasil de Fato

Célia Xakriabá pede que PF investigue violência em marcha indígena

Foto: Elio Rizzo/Agência Câmar

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL/MG) pediu providências urgentes aos ministérios da Justiça, dos Povos Indígenas e outros órgãos após ser alvo de violência policial durante a marcha do Acampamento Terra Livre, em Brasília. Ela relata ter sido atingida por spray de pimenta e bombas de efeito moral, mesmo se identificando como parlamentar, além de ter sofrido queimaduras e presenciado a agressão a mulheres e crianças indígenas. Célia denuncia que a repressão não foi um ato isolado, mas uma ação institucional premeditada, com indícios de racismo e violência política de gênero. A deputada solicitou investigação da Polícia Federal, liberação de imagens, responsabilização dos envolvidos e defendeu que usar cocar e falar em nome de seu povo não pode ser motivo de violência, mas de respeito. Fonte: Agência Brasil

Casa Tucum celebra um ano como território de resistência e encontro no centro do Rio

Há um ano, a Casa Tucum abriu suas portas na Rua do Rosário, no coração do Rio de Janeiro, tornando-se um território de resistência indígena em plena cidade. Desde então, o espaço tem acolhido exposições, rodas de conversa, vivências e momentos de troca que reafirmam a presença dos povos originários e seus saberes. A Casa se firmou como um ponto de escuta e encontros, ressignificando o centro do Rio com arte, memória e ancestralidade viva. 

Foram realizadas 52 atividades com povos tradicionais ao longo de 31 dias de programação. Mais de cem pessoas indígenas marcaram presença, representando a força e a diversidade de mais de 22 povos.

Entre as ações realizadas, foram 13 apresentações musicais com cantorias tradicionais e batalhas de poesia, 12 oficinas, 11 rodas de conversa, 3 sessões de cineclube e 1 exibição de vídeo arte. 

Além de ser um espaço cultural, a Casa Tucum também atua como ponto de comercialização direta de artes indígenas, promovendo relações mais justas entre artistas e o público. A venda das peças fortalece a autonomia econômica das comunidades envolvidas, contribuindo para a valorização de saberes tradicionais. Em um território historicamente marcado pelo apagamento das presenças indígenas, a Casa Tucum se consolida como símbolo de retomada e continuidade.

No dia 26 de abril  acontecerá a celebração desse um ano de portas abertas, e você é nosso convidado. Chega junto!

Governo Federal lança chamada pública de R$ 150 milhões para restauração ecológica de terras indígenas

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Governo Federal lançou, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), uma chamada pública de R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para a restauração ecológica de 137 terras indígenas, com foco na região mais desmatada da Amazônia Legal. O edital, que integra o projeto Arco da Restauração, selecionará até 90 projetos de 50 a 200 hectares com participação obrigatória dos povos indígenas e alinhamento à PNGATI. A iniciativa foi anunciada com a presença de autoridades como Lula, Sonia Guajajara, Marina Silva e Joenia Wapichana, e tem como objetivo recuperar florestas e, ao mesmo tempo, gerar renda e fortalecer a gestão territorial indígena.

A chamada pública faz parte do programa Restaura Amazônia, que visa recuperar 6 milhões de hectares até 2030. Os projetos podem incluir espécies nativas e sistemas agroflorestais, com recursos distribuídos entre as macrorregiões da Amazônia Legal. Instituições sem fins lucrativos e cooperativas podem apresentar propostas até 19 de julho. O Fundo Amazônia também apoia outras frentes, como saúde indígena — com o projeto Saúde e Território — e proteção de terras fora da Amazônia, incluindo territórios Guarani na Mata Atlântica, mostrando um avanço no reconhecimento e apoio às comunidades indígenas em diferentes biomas.  Fonte: Funai

O dia dos Povos Indígenas é momento de reforçar lutas e fortalecer alianças

Estima-se que antes da invasão, havia entre 3,5 e 5 milhões de indígenas nestas terras que chamamos de Brasil. Hoje, temos o privilégio de sermos conterrâneos e contemporâneos de cerca de 305 povos indígenas, falantes de pelo menos 274 línguas. Mesmo diante de imensos desafios, vivemos um momento marcante de construção e restabelecimento dos direitos dos povos originários no Brasil. O aumento da representatividade política e consequentemente da visibilidade das múltiplas narrativas indígenas fizeram com que as lutas travadas por esses povos há mais de cinco séculos ganhem cada vez mais aliados.

No dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, é ainda mais urgente reforçar esse compromisso coletivo. É preciso desconstruir estereótipos, demarcar os territórios ancestrais, manter seus guardiões vivos e defender que seus modos de vida estejam garantidos. Faça parte dessa rede de valorização das artes indígenas! Fortaleça os povos indígenas do Brasil, conheça e contribua com suas lutas, compartilhe suas narrativas.

No ATL, governo federal lança a Comissão Internacional Indígena dentro da COP 30

foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

No quarto dia do Acampamento Terra Livre (ATL), o governo federal lançou oficialmente a Comissão Internacional Indígena da COP 30, que será presidida pela ministra Sonia Guajajara dentro do Círculo dos Povos, uma das quatro frentes temáticas da conferência climática. A comissão contará com 16 membros, incluindo representantes indígenas brasileiros e internacionais, e busca garantir protagonismo indígena nas decisões da COP 30. Sonia Guajajara destacou que a criação do grupo é fruto da luta por espaço legítimo dos povos indígenas nos debates climáticos, enfatizando o papel central das Terras Indígenas na contenção do desmatamento e das atividades predatórias. A Comissão será oficialmente instalada durante o Fórum Permanente da ONU, em Nova York, ainda em abril.

A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo de inclusão indígena na COP 30, com programas de formação, como o “Kuntari Katu”, e articulações entre o Ministério dos Povos Indígenas e governos estaduais. A presidência da COP reconheceu o valor dos territórios e saberes indígenas no enfrentamento à crise climática, e anunciou outros três círculos de atuação: Balanço Ético Global, Finanças e Ex-Presidentes das COPs. Representantes do governo, como Marina Silva e Ana Toni, reforçaram que esta será a primeira conferência em que os povos indígenas terão papel de liderança. Após o evento, as ministras Guajajara e Marina Silva acompanharam a marcha “A Resposta Somos Nós”, em protesto contra o marco temporal. Fonte: MPI

Célia Xakriabá protocola 4 projetos de lei em defesa dos povos indígenas

Foto: Kayo Magalhaes/Câmara dos Deputados)

Durante sessão solene na Câmara dos Deputados em celebração aos 21 anos do Acampamento Terra Livre (ATL) e aos 20 anos da Apib, a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) anunciou o protocolo de quatro projetos de lei voltados à proteção e valorização dos povos indígenas. As propostas incluem o combate à violência obstétrica contra mulheres indígenas, a criação de um seguro climático para comunidades tradicionais, o reconhecimento da denominação de origem para produtos indígenas e a criação de um fundo de incentivo à agroecologia. A cerimônia reuniu cerca de 300 indígenas e contou com a presença de importantes lideranças, como o cacique Raoni, que incentivou a continuidade da luta pelos direitos dos povos originários. Antes da sessão, milhares de indígenas marcharam até o Congresso com o lema “Nosso futuro não está à venda”, reforçando a resistência em defesa dos seus territórios e modos de vida.  Fonte; Correio Braziliense

 

Observátorio Tucum - TUCUM
Observatório Tucum

Seu Carrinho

Seu carrinho está atualmente vazio

Você pode gostar...

Sua Lista de Desejos